sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Onde eu estava afinal?

1:10 da tarde,lá estava eu encostada em um corrimao perto do ponto de ônibus,o sol estava escaldante,mas eu estava na sombra.Estava observando uma "lasca" de barranco bem na minha frente,quando senti o cheiro de algum lugar do interior.O cheiro era forte,até que eu vi uma fumaça e me arredei um pouco para ver de onde vinha,vi um fogao a lenha improvisado na humilde casinha que ali residia.Tinha cheiro de feijão cozinhando ou algo parecido.Por um instante o sol ficou frio,a espera pelo ônibus menos agoniante e a zueira dos carros menos irritante.Até a saudade do interior pode diminuir...achei esse efeito simpático.Como pode eu estar do lado de uma rodovia,muita zoeira e poluiçao dos automoveis,me encontrar assim diante de tal sensaçao?!Talves a palavra certa seja ate encantamento.

domingo, 22 de agosto de 2010

L.


È um dia complicado, o sol está la fora brilhando, a sombra está fria. Deveria eu ser forte o bastante, porem novamente nao consegui, cai feito uma delinquente desesperada. Queria um jardim, queria minhas tulipas e violetas, borboletas feito gliteres deveriam estar passeando por lá, fantasias que não passam de pesadelos, labirintos do exorcista que não encontra nada, não sente nada e não vê nada, não há uma escolha, não há o que viver, é uma prisão que se você nao se entregar quem te maltrata é você mesmo. Não aguento mais, mas também não acho justo terminar assim, sem saber onde vai dar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Só mais um pouquinho

Até que eu encontre o livro.
“O que pesou definitivamente na balança foi um outro pré-requisito: o meu estado de contrariedade. Minha ambição era negar. Fosse o mundo denso ou oco, ele só provocava minha negação. Quando era para estar acordada, eu dormia; se devia falar, me calava; quando um prazer se oferecia a mim, eu o evitava. Minha fome, minha sede, minha solidão, o tédio e o medo, tudo isso era, sempre, uma arma apontada para o meu inimigo, o mundo. É claro que o mundo não estava nem ai para esses sentimentos, e eles me atormentavam, mas eu extraia uma satisfação morbida do meu sofrimento. Ele confirmava a minha existência. Toda a minha integridade parecia residir em dizer Não. Portanto, a oportunidade de ser encarcerada era simplesmente atraente demais para que eu resistisse a ela. Era um Não descomunal – o maior Não do lado de cá do suicídio. Um raciocínio perverso. Por trás dessa perversidade, porém, eu sabia que não estava louca e que eles não poderiam me manter trancafiada num hospício”