quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ensaiando vibrações


As vezes pela falta de experiência ou pela falta de escuta do que o coração necessita, nos seres habitantes da terra, insistimos em gritar diante do silencio. De quebrar barreiras que foram construídas com muito amor e luz.
 Luz é tudo aquilo que queremos de benéfico para nos mesmos e para os outros, e amor é a forma como usamos tudo isso.  Precisamos de desapego  à tudo o que faz mal, de tudo o que atordoa a vida que curta se passa lentamente .
Quer amar, ame.  Quer comer, coma. Quer abraçar, abrace. Faça acontecer, é por isso que estamos aqui.
Estamos o tempo todo a postos de nos drogarmos com tantas informações intoxicantes e na maioria das vezes, morremos.  Mas sejamos nós  ao acordar. Abriremos nossos  olhos pra ver o sol ,  enquanto  oceanos congelam.
Talvez, precisaremos  encontrar alguém, mas precisa ser na primavera e deixaremos  o modo primitivo somente quando ganharmos a maré de presente.  Não nos prometeremos nada, apenas precisaremos ser nos mesmos, escutar nossos corações e ver como somos alagados de luz.  Assim fica mais fácil aceitar nosso carma, que só existe para nos ensinar...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O tempo passa



Chegara o fim de semana.  Tempos em que eram dias de visitar a tia e o tio na casa que era um mistério de tantos cômodos. Além de ficar rodando cada canto procurando coisas  que eu nunca fazia ideia do que seria, eu me lembro da vizinha. A velha e linda vizinha que tinha um gato e uma casa pequena. 

Respirava aliviada porque o fim de semana havia chegado e sabia que eu teria um gato, flores colorias e uma velhinha que não era minha avó, pra encher minhas pequenas mãozinhas de biscoitos, fazer um esforço danado pra me ajudar  subir na cama de casal macia e ligar a tv. Mal sabia eu se segurava o gato ou os biscoitos.

Eu com quatro anos adorava me sentir uma mulher independente quando escutava  minha mãe dizer, “desce devagar” , as vezes um , “olha pra frente” , enquanto  descia as longas escadas sozinha só pra visitar uma pessoa que eu conhecera não sei como mas lembro de como me conquistara.

O cheiro era suave, a cozinha colorida, a cama grande.  De repente a cama começou ficar pequena, eu já conseguia subir sozinha e alcançava os potes de biscoitos. Ela andava menos, ria menos, mas continuava com os cafunes, continuava ligar a tv, me abraçar e ficar observando as flores comigo. Eu já havia crescido. Afinal, já tinha cinco anos, mas o gato ainda era o mesmo, o mesmo espertinho que eu  tentava levar comigo mas nunca conseguia.

Eu não sabia quem era a velhinha.  Só sabia que os abraços eram verdadeiros e os cafunes inesquecíveis. Enquanto eu mexera em seus cabelos finos , posso imaginar as milhões de perguntas que eu fizera enquanto ela sorria.

Os fins de semana passavam e chegavam e eu sempre ia visita-la. Mas um dia, não sei qual, ela nem o gato estavam sentados no banquinho como de costume, então precisei  chamar pelo nome carinhoso que eu esqueci qual era,  tanto faz, ela  não abriu a porta, nem as janelas.
  
Acho que me avisaram que ela havia se mudado,  mas eu tinha que fazer mais perguntas e se eu me conheço bem,  uma delas era porque  tinha que ir embora...  Não me avisaram que ela se mudara para o céu.