Parece que a felicidade as
vezes esconde atrás de arbusto e só
aparece quando o seu fiel casamento com a tristeza se desfaz...
Parece que as cores de todos os
24 giz dentro da caixinha não são cores, no plural, ou talvez eu que estou
deixando o peso do tempo e da rotina me tornar daltônica.
Não parece, acontece que meus
joelhos doem por não saberem mais o que é caminhada. Ficam horas na mesma
posição a fim de se embebedarem com todas essas drogas que minhas horas andam
injetando pra poder depois, jogar a culpa no tempo. Coitado, tão inocente, e eu
aqui sabendo que ele não vai me curar. O tempo não vai me curar se eu não me
levantar e seguir.
Ando aqui, lendo os livros que
quero ler, vendo os filmes que quero ver, e pensando nos minutos vagos por que a
gente se deixa em algum lugar e por algum motivo não temos dignidade suficiente
para nos lembrarmos onde.
Uma vez, conversando com um amigo
ele me disse “Nada que seja real dura mais que um sonho, ou um suspiro”. Na
hora eu fiquei pensando nesse leque de possibilidades que essa frase me fez
pensar, portanto minha reação foi –pensativa.
Só quando chega nossa vez é que a gente
entende que ninguém é auto-suficiente o tempo inteiro, e por isso, sabemos as
profundidades de uma realidade. Ou várias.
O mais lamentável são as pessoas
me velando como se eu tivesse morrido pra sempre com suas frases animadoras
dizendo, você é tão nova, vai paquerar menina,
vai beijar na boca, eu na sua idade isso, eu na sua idade aquilo. Como se isso fosse cessar minhas aspirações e
maluquices que as responsabilidades me obrigam nesses vinte e um anos.
Ei, gente, eu morri agora, pode
ser que daqui a poucos minutos eu esteja “de pé”. Já me confundi tantas vezes, morri outras mil e
fui feliz também. Acordem vocês...