domingo, 1 de julho de 2012

O lago azul


No meio de tintas e paredes brancas a música entra leve pelas janelas enquanto os pulmões carregados de ar a faz sorrir .  Não fala de amor, fala de aventura. Deve ter entendido que as pessoas precisam se aventurar para suportar o amor, se não se encontrarem  não saberão segurar o desencontro. 
Esse tempo todo e o desinteresse até  perceber que a chuva é mais bonita que a pressa, mas se  perder de novo deixa de existir .  É que o olhar as vezes conta os segredos .


 Tem alguém mas é sozinha, por que  quebraram  suas asas . Ela precisa sair. Sair de orbita por enquanto. E os laços que a prendiam  já  não a prendem  mais, porque ela sabe voar.
A sala é branca e vazia, cheia de nuvens de fumaça. Pouco tempo é suficiente pra desorientar os mistérios da saída e da entrada. Ela sabe voar, já disse. Sorrindo  bateu a porta e saiu. Saiu, bateu a porta. Entrou a porta bate.  Tem se reconhecido em alto mar.  

 Sabe brilhar como a borboleta que repousa em si. O espaço tem o poder de criar. Tirem-na daqui . O relógio não vai parar, os dias também não. Os pássaros cantam, o dia é mais claro que a noite e melancias são vermelhas por dentro. 

Escalou rumo ao portal quando finalmente se encontrou .Sabia que buscava por coisas. Não sabia que coisas. O sol era o portal. Tinha cinco horas para encontrá-lo e deixa-lo. Precisou fazer as malas, seguir as estrelas cadentes e jogar truco com as luzes. Regou as violetas e não perdeu as asas para voar.  Precisava de histórias reais. Precisava. Não mais. Entendeu também que as árvores balançam porque o sorriso soa forte o suficiente pra isso.  

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